Saramago for Beginners: Reflections on Teaching “Coisas” as an Introduction to Saramaguian Dystopia, Allegory, and Political Critique

Abstract

ABSTRACT: This  essay  offers  a  rationale  and  methodology  for  introducing  students  to  the fiction of José Saramago through a lesser-known text: his short story “Coisas,” from the collection Objecto quase (1978), which was taught to first-year undergraduate students at the University of Nottingham in 2019 and 2020. The article begins by justifying the inclusion of Saramago’s work—and, specifically, the short story in question—on an undergraduate Lusophone studies syllabus. It is argued that “Coisas” concisely encapsulates Saramago’s key literary themes in approachable and easily digestible prose, while containing  both  contextually  specific  and  universally  relevant  allusions  within  a  form  and genre likely to appeal to young adults. Second, the essay outlines and critically reflects upon the lesson plans and pedagogical strategies used to teach this narrative in previous years, before and during the COVID-19 pandemic. Finally, the article suggests some further methods for teaching “Coisas” to Lusophone studies undergraduates and contemplates other pedagogical contexts in which Saramago’s short story might be deployed successfully in the future.

KEYWORDS: José Saramago; short story; pedagogy; dystopia; allegory

RESUMO: Este ensaio propõe uma justificação e uma metodologia pedagógica relativamente  ao  ensino  introdutório  à  obra  ficcional  de  José  Saramago,  através  de  um  texto  pouco conhecido: o conto “Coisas,” da colectânea Objecto quase (1978), que foi analisado com  estudantes  de  primeiro  ano  na  Universidade  de  Nottingham  (2019–20).  Em  primeiro lugar, o artigo problematiza a inclusão da obra de Saramago no programa de uma disciplina de Estudos Lusófonos, com especial ênfase no conto em questão. Defende-se que  “Coisas”  resume,  de  forma  relevante,  algumas  das  principais  questões  da  obra  de  Saramago  através  de  uma  prosa  accessível,  e  que  esta  narrativa  distópica  e  alegórica  alude  tanto  a  contextos  específicos  como  a  circunstâncias  universais,  utilizando  um  género literário capaz de instigar jovens adultos. Em segundo lugar, o artigo propõe uma reflexão  crítica  sobre  as  estratégias  e  planos  pedagógicos  utilizados  para  ensinar  este  conto durante a pandemia de COVID-19, e antes dela. Em último lugar, apresentam-se modelos alternativos para ensinar “Coisas” em aulas do ensino universitário na área de Estudos  Lusófonos,  assim  como  noutros  contextos  pedagógicos  nos  quais  se  poderia  ensinar esta narrativa saramaguiana no futuro. 

PALAVRAS-CHAVE: José Saramago; o conto; pedagogia; distopia; alegoria