(Pós-)memórias em trânsito em Yara Monteiro: onde a vida e a ficção se tocam
Published 2024-03-28
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Abstract
RESUMO: Neste artigo, analisarei como as vozes femininas se constituem como um arquivo de si mesmas, no romance Essa dama bate bué! e no livro de poesia Memórias Aparições Arritmias, de Yara Monteiro. As duas obras inscrevem-se num dever de memória e, para além disto, funcionam ainda como um arquivo da pós-memória da autora. Entrelaçando o seu depoimento no documentário Viver e escrever em trânsito: entre Angola e Portugalcom o romance e o livro de poesia, discuto o dever de memória sobre crimes cometidos em contexto de luta pela independência nacional e guerra civil e a violência contra as mulheres. Veremos de que forma as memórias também elas se encontram em trânsito, “transformando-se” em pós-memórias.
PALAVRAS-CHAVE: memória; pós-memória; trânsitos; objetos de testemunho; intertextualidades.
ABSTRACT: In this article, I will analyze how the female voices are constituted as an archive of themselves, in the novel Essa dama bate bué! and in the poetry book Memórias Aparições Arritmias by Yara Monteiro. The two works are part of a duty of memory and, in addition to this, function as an archive of the author’s post-memory. Interweaving her testimony in the documentary Viver e escrever em trânsito: entre Angola e Portugal with the novel and the poetry book, I discuss the duty of memory about crimes committed in the context of the struggle for national independence and civil war, and violence against women. We will see how memories are also in transit, “transforming” themselves into post-memories.
KEYWORDS: memory; post-memory; transits; testimonial objects; intertextualities.