Myth as the Catalyst of a Cultural Heritage-Building Process: The Case of Goa
Published 2022-08-17
Copyright (c) 2022 WALTER ROSSA
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Abstract
ABSTRACT: In the 1530s, Goa, conquered in 1510, became the center of the Portuguese Estado da Índia. It was an unprecedented situation, which made planning impossible. A century later, Goa’s unexpected urban expansion revealed the site’s adverse condi-tions, causing its residents and public servants to gradually begin abandoning the city. At the same time, however, Goa’s Catholic institutions were engaged in an intense enterprise of building and reconstruction, which led them to resist any call to change or relocation until their expulsion from the Portuguese Empire in 1834. The continuing decay of Goa’s urban fabric was finally acknowledged by the Portuguese Crown in 1843 with the move of the capital to Panjim. All the while, the magnetic attraction of St. Francis Xavier’s relics continued to be capitalized on by the Catholic elites, reinforcing the myth of the “Golden Goa” and “Rome of the East.” Forced integration of Goa into the Republic of India in 1961 did not interrupt the process of heritage building. In 1986, as a result of a formal proposal by India’s central government, the “churches and convents of Goa” were added to UNESCO’s World Heritage List. Goa’s landscape is a dramatic expression of this immaterial process of cultural-heritage construction.
KEYWORDS: myth of St. Francis Xavier, Goa, cultural heritage, Portuguese Estado da Índia, capital city
RESUMO: Na década de 1530 Goa, conquistada em 1510, transformou-se no centro do Estado da Índia Portuguesa. Era uma situação inusitada e por isso impossível de planear. Um século depois, a sua inesperada explosão urbana revelou as condições adversas do local, levando a que os habitantes e funcionários públicos lentamente a fossem abandonando. Porém, as instituições católicas estavam então no auge de uma enorme campanha de construções e renovações, o que as levou a resistir a qualquer ímpeto de abandono ou mudança até serem expulsas de todo o universo português em 1834. A urbanidade de Goa foi assim agonizando, até que em 1843 a Coroa o reconheceu e investiu em Panjim como nova capital. No meio de tudo isso, o magnete constituído pelos restos mortais de São Francisco Xavier, foi sendo desenvolvido pela elites católicas do território, que com isso reforçaram o mito da Goa Dourada e Roma do Oriente. A integração forçada na República da Índia em 1961 não interrompeu esse processo de patrimonialização, e em 1986, necessariamente sob proposta do Governo da República, as Igrejas de Conventos de Goa foram inscritos na Lista do Património Mundial da UNESCO. A paisagem de Goa é uma dramática expressão desse constructo imaterial de património cultural.
PALAVRAS-CHAVE: mito de São Francisco Xavier, Goa, património cultural, Estado da Índia Portuguesa, cidade capital