PLCS 36/37 (Fall 2021/Spring 2022)
Heritages of Portuguese Influence: Histories, Spaces, Texts, and Objects

Myth as the Catalyst of a Cultural Heritage-Building Process: The Case of Goa

DOI: https://doi.org/10.62791/hb8b6c77
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Published 2022-08-17

Abstract

ABSTRACT: In the 1530s, Goa, conquered in 1510, became the center of the Portuguese Estado  da  Índia.  It  was  an  unprecedented  situation,  which  made  planning  impossible.  A  century  later,  Goa’s  unexpected  urban  expansion  revealed  the  site’s  adverse  condi-tions, causing its residents and public servants to gradually begin abandoning the city. At the same time, however, Goa’s Catholic institutions were engaged in an intense enterprise of building and reconstruction, which led them to resist any call to change or relocation until their expulsion from the Portuguese Empire in 1834. The continuing decay of Goa’s urban fabric was finally acknowledged by the Portuguese Crown in 1843 with the move of the capital to Panjim. All the while, the magnetic attraction of St. Francis Xavier’s relics continued to be capitalized on by the Catholic elites, reinforcing the myth of the “Golden Goa” and “Rome of the East.” Forced integration of Goa into the Republic of India in 1961 did not interrupt the process of heritage building. In 1986, as a result of a formal proposal by India’s central government, the “churches and convents of Goa” were added to UNESCO’s World Heritage List. Goa’s landscape is a dramatic expression of this immaterial process of cultural-heritage construction.

KEYWORDS: myth  of  St.  Francis  Xavier,  Goa,  cultural  heritage,  Portuguese  Estado  da  Índia, capital city

RESUMO: Na  década  de  1530  Goa,  conquistada  em  1510,  transformou-se  no  centro  do  Estado da Índia Portuguesa. Era uma situação inusitada e por isso impossível de planear. Um  século  depois,  a  sua  inesperada  explosão  urbana  revelou  as  condições  adversas  do  local, levando a que os habitantes e funcionários públicos lentamente a fossem abandonando. Porém, as instituições católicas estavam então no auge de uma enorme campanha de construções e renovações, o que as levou a resistir a qualquer ímpeto de abandono ou mudança até serem expulsas de todo o universo português em 1834. A urbanidade de Goa foi assim agonizando, até que em 1843 a Coroa o reconheceu e investiu em Panjim como  nova  capital.  No  meio  de  tudo  isso,  o  magnete  constituído  pelos  restos  mortais  de  São  Francisco  Xavier,  foi  sendo  desenvolvido  pela  elites  católicas  do  território,  que  com isso reforçaram o mito da Goa Dourada e Roma do Oriente. A integração forçada na República da Índia em 1961 não interrompeu esse processo de patrimonialização, e em 1986, necessariamente sob proposta do Governo da República, as Igrejas de Conventos de Goa foram inscritos na Lista do Património Mundial da UNESCO. A paisagem de Goa é uma dramática expressão desse constructo imaterial de património cultural.

PALAVRAS-CHAVE: mito de São Francisco Xavier, Goa, património cultural, Estado da Índia Portuguesa, cidade capital