Heritage of Portuguese Influence as Erasure: Critical Perspectives on the Recreation of the Past in the Present
Published 2022-08-17
Copyright (c) 2022 INÊS BELEZA BARREIROS
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Abstract
ABSTRACT: Several attempts have been made to define and catalogue the “heritage of Portuguese influence,” but none has critically addressed the politics at work in such heritage. The colonial violence that effectively scattered this heritage across the world has often been erased and replaced by the exaltation of a Portuguese imperial past expressed through aestheticization. This paper exposes the materiality of such heritage through discourse analysis, starting by unpacking one concrete example, theSete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundocompetition in 2009, and tracking down the conditions of possibility (when, how, and why) for this discourse practice to emerge in the Jornadas Luso-Brasileiras do Património (1984) and the Primeiro Congresso do Património Construído Luso no Mundo (1987) and to endure in such objects as História da arte portuguesa no mundo (1998–99) and Património de origem portuguesa no mundo(2010–11) as part of a visual economy that entails the spatial and temporal flow of images and discourses. This paper also examines the endurance of an imperial episteme that feeds on the idea of a supposed “Portuguese world” and gives form to its complex.
KEYWORDS: coloniality, imperial episteme, visuality, “Portuguese world” complex
RESUMO: Várias tentativas foram feitas para definir e catalogar “o património de influên-cia portuguesa,” mas nenhuma delas abordou criticamente a política que impregna esse mesmo património. Frequentemente a violência colonial que, justamente, fez com que esse património esteja hoje espalhado pelo mundo inteiro é apagada em favor da exaltação do passado imperial português expresso sobretudo através da estetização deste património. Este artigo examina, através de uma análise discursiva, esta materialidade tomando como ponto de partida o concurso das Sete Maravilhas da Origem Portuguesa no Mundo (2009) e rastreando as condições de possibilidade (quando, como e porquê) desta prática discursiva até às Jornadas Luso-Brasileiras do Património (1984) e ao Primeiro Congresso do Património Construído Luso no Mundo (1987), para igualmente analisar a sua permanência em objectos como a História da arte portuguesa no mundo (1999) e Património de origem portuguesa no mundo (2010) como parte de uma economia visual que pressupõe o fluxo espácio-temporal de imagens e discursos. Este artigo também aborda criticamente a sobrevivência de uma episteme imperial que se alimenta de um suposto “Mundo Português” e dá forma ao seu complexo.
PALAVRAS-CHAVE: colonialidade, episteme imperial, visualidade, complexo do “Mundo Português”