PLCS 36/37 (Fall 2021/Spring 2022)
Heritages of Portuguese Influence: Histories, Spaces, Texts, and Objects

Heritage of Portuguese Influence as Erasure: Critical Perspectives on the Recreation of the Past in the Present

DOI: https://doi.org/10.62791/n20f9095
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Published 2022-08-17

Abstract

ABSTRACT: Several  attempts  have  been  made  to  define  and  catalogue  the  “heritage  of  Portuguese  influence,”  but  none  has  critically  addressed  the  politics  at  work  in  such  heritage. The colonial violence that effectively scattered this heritage across the world has often been erased and replaced by the exaltation of a Portuguese imperial past expressed  through  aestheticization.  This  paper  exposes  the  materiality  of  such  heritage  through discourse analysis, starting by unpacking one concrete example, theSete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundocompetition in 2009, and tracking down the conditions of possibility (when, how, and why) for this discourse practice to emerge in the Jornadas Luso-Brasileiras do Património (1984) and the Primeiro Congresso do Património Construído Luso no Mundo (1987) and to endure in such objects as História da arte portuguesa no mundo (1998–99) and Património de origem portuguesa no mundo(2010–11) as part of a visual economy that entails the spatial and temporal flow of images and discourses. This paper also examines the endurance of an imperial episteme that feeds on the idea of a supposed “Portuguese world” and gives form to its complex.

KEYWORDS: coloniality, imperial episteme, visuality, “Portuguese world” complex

RESUMO: Várias tentativas foram feitas para definir e catalogar “o património de influên-cia  portuguesa,”  mas  nenhuma  delas  abordou  criticamente  a  política  que  impregna  esse mesmo património. Frequentemente a violência colonial que, justamente, fez com que esse património esteja hoje espalhado pelo mundo inteiro é apagada em favor da exaltação  do  passado  imperial  português  expresso  sobretudo  através  da  estetização  deste  património.  Este  artigo  examina,  através  de  uma  análise  discursiva,  esta  materialidade  tomando  como  ponto  de  partida  o  concurso  das  Sete  Maravilhas  da  Origem  Portuguesa  no  Mundo  (2009)  e  rastreando  as  condições  de  possibilidade  (quando,  como e porquê) desta prática discursiva até às Jornadas Luso-Brasileiras do Património (1984) e ao Primeiro Congresso do Património Construído Luso no Mundo (1987), para igualmente analisar a sua permanência em objectos como a História da arte portuguesa no mundo (1999) e Património de origem portuguesa no mundo (2010) como parte de uma economia visual que pressupõe o fluxo espácio-temporal de imagens e discursos. Este artigo também aborda criticamente a sobrevivência de uma episteme imperial que se alimenta de um suposto “Mundo Português” e dá forma ao seu complexo.

PALAVRAS-CHAVE: colonialidade,  episteme  imperial,  visualidade,  complexo  do  “Mundo  Português”