Um bosque nos trópicos: natureza e sociabilidade no Rio de Janeiro setecentista
Published 2017-08-02
Copyright (c) 2017 Claudete Daflon
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Abstract
RESUMO: Propôs-se discutir como a representação da natureza americana filia-se à Ilustração luso-brasileira a partir do contexto específico da inauguração do Passeio Público do Rio de Janeiro, em 1783. Para tanto, junto a considerações acerca do projeto realizado pelo escultor Valentim da Fonseca e Silva (1744-1813), conhecido como Mestre Valentim, desenvolveu-se leitura crítica da cantata “O bosque da Arcádia”, de Manuel Inácio da Silva Alvarenga (1749-1814). Tendo em vista a centralidade conferida à natureza tropical pelo pragmatismo ilustrado português, de um lado, e a vinculação de artistas nascidos na América com iniciativas ilustradas, de outro, objetivou-se verificar como os modos pelos quais essa natureza aparece representada expressam ambiguidades e dissonâncias.
PALAVRAS-CHAVE: Manuel Inácio da Silva Alvarenga; Mestre Valentim; Passeio Público do Rio de Janeiro; Natureza; Poesia; Ilustração; Século XVIII
ABSTRACT: The aim of this article is to discuss how the representation of American nature is connected to the Luso-Brazilian Enlightenment, taking as an example the inauguration of the Passeio Público in Rio de Janeiro in 1783. In order to do this, the project developed by sculptor Valentim da Fonseca e Silva (1744-1813), also known as Mestre Valentim, will be examined in conjunction with a critical reading of the cantata “O bosque da Arcádia”, by Manuel Inácio da Silva Alvarenga (1749-1814). Taking into account, on one hand, the importance ascribed to tropical nature by Portuguese enlightened pragmatism and, on the other hand, the connection that artists born in the Americas had with Enlightenment initiatives, this paper will show that the different ways in which nature is represented point to certain ambiguities and dissonances.
KEYWORDS: Manuel Inácio da Silva Alvarenga; Mestre Valentim; Passeio Público in Rio de Janeiro; Nature; Poetry; Enlightenment; 18th century